O Banco Central divulgou nesta sexta-feira (30) um relatório de estatísticas fiscais que revela um déficit de R$ 2,73 bilhões nas estatais federais nos quatro primeiros meses de 2025. Este resultado representa o maior saldo negativo desde o início da série histórica em 2002, marcando um aumento de 62,8% em comparação com o mesmo período de 2024. Os dados indicam que durante o atual governo Lula, todos os primeiros quadrimestres apresentaram déficits, com uma progressão de R$ 1,842 bilhão em 2023 e R$ 1,678 bilhão em 2024, culminando no recorde atual.
Ainda segundo o levantamento do BC, somente no mês de abril, o déficit atingiu a marca de R$ 1,4 bilhão, configurando também o pior desempenho para o mês na série histórica. É importante ressaltar que os valores apresentados pelo Banco Central podem divergir dos dados do governo federal devido a diferentes metodologias de cálculo. Enquanto o BC utiliza a metodologia “abaixo da linha”, focando no financiamento do déficit, o Tesouro Nacional emprega o critério “acima da linha”, registrando o fluxo de caixa de receitas e despesas.
A ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, justificou a discrepância nos números, apontando que algumas empresas com déficit no levantamento do BC podem ter apresentado superávit na realidade, além de a autarquia considerar um número menor de estatais em sua análise. Dweck argumentou que essa contabilidade específica para o déficit faz sentido apenas na lógica fiscal, comparando receitas e despesas anuais, diferente da análise do setor privado.